quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

mal me quer, bem me quer!!


Sabem de que cor são os malmequeres? Brancos, amarelos, as duas coisas? Respostas prosaicas. Os malmequeres são cor de primavera. Esta é uma resposta poética.
Também a água não é bem água. Talvez seja um fio de prata ou um líquido caudal. Ou qualquer outra coisa. As cores não são bem as que vemos, mas as de alguma improvável paleta. E sobretudo a dor não é dor. Chamemos-lhe o que quisermos, mas não lhe chamemos dor. Nem tristeza, nem solidão. Nem sequer a tão desejada felicidade. Recorramos a todas as figuras de estilo. Sublimemos. Sobretudo, sublimemos. Façamos um enorme silêncio sobre a vida real, deixemos a poesia dizer do mundo inventado onde, ao de leve, só ao de leve, pairam os nossos sentimentos.
Será para isto que serve a poesia? E será que a poesia tem que servir para alguma coisa? Não para mim, não hoje, sobretudo.
Mas nem sei como vim parar aqui. Hoje eu só queria saber de que cor são realmente os malmequeres. Os verdadeiros que existem nos campos e se sentem nas mãos quando os colhemos. Nos campos reais, da terra real onde cresce a verdadeira vida.

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